Detecção de Gases – Tudo que você precisa saber
Entre os diversos agentes de risco existentes em áreas ocupacionais, os gases são sem dúvida o maior desafio do profissional de segurança. A maior parte dos gases nocivos são incolores e inodoros, e são encontrados em diversas etapas produtivas de quase todos os ramos industriais. Alguns usados como matéria prima, outros são produtos finais ou subprodutos remanescentes do processo.
A NR-15 – ATIVIDADES INSALUBRES, é a norma que regulamenta os níveis de exposição ocupacional de agentes nocivos à saúde. Os limites de exposição de gases estão estipulados no anexo 11 – AGENTES QUÍMICOS CUJA INSALUBRIDADE SÃO CARACTERIZADA POR LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO.
Uma atmosfera segura é compreendida pela seguinte condição:
78,0 % de Nitrogênio
20,9% de Oxigênio
1,0 % de Argônio
0,1 % de outros gases
Essa é a composição do ar que respiramos. Qualquer alteração dessa composição é compreendida como uma situação de risco.

Classificação dos Tipos de Gases
TÓXICOS (ex. CO, H2S, SO2, CL2, NH3 etc.) – Podem ser definido como um composto, que quando inalado, ingerido ou absorvido em contato com a pele reage quimicamente com nosso organismo, provocando desde uma simples irritação até a morte. Em ambientes ocupacionais industriais muitas vezes a exposição a gases tóxicos é quase que corriqueira ao trabalho executado. Nesses casos é necessário garantir que a exposição não exceda os valores de segurança.
Leva-se em consideração:
- a concentração do gás (RISCO IMEDIATO)
- o tempo de exposição ( EFEITO ACUMULATIVO)
Em equipamentos detectores de gases são configurados 3 alarmes para o limites de exposição à gases tóxicos:
- 1º Limite instantâneo – Alarme determinado quando a concentração alcança o 1º limite configurado.
- TWA (Time Weighted Average) – Concentração média ponderada admitida exposição ao gás durante 8 horas consecutivas, sem causar danos à saúde.
- STEL (Short Term Exposure Limit) – Concentração máxima admitida para a exposição ao gás durante 15 minutos consecutivos, sem causar danos a saúde.
- Podemos citar como exemplo o H2S:
Limite Instantâneo: 16 ppm
TWA: 8 ppm
STEL: 10 ppm
EFEITO DO H2S vs TEMPO
Nenhum Efeito (8 ppm x 8 horas);
Irritação moderada nos olhos e garganta (50 a 100 ppm x 1 hora);
Forte irritação (200 a 300 ppm x 1 hora);
Inconsciência e morte por paralisia respiratória (500 a 700 ppm x 1,5 hora);
ASFIXIANTES: São gases inertes, porém quando em altas concentrações ocupam o lugar do oxigênio provocando asfixia. Concentrações de oxigênio abaixo de 19,5%v/v podem causar:
- Alteração da respiração e estado emocional, fadiga anormal em qualquer atividade ( entre 12% v/v e 16% v/v);
- Aumento da respiração e pulsação, coordenação motora prejudicada, euforia e possível dor de cabeça (entre 10% v/v e 12% v/v);
- Náuseas, mobilidade limitada, possível inconsciência podem chegar a colapso se não houver socorro ( entre 6%v/v e 10% v/v);
- Parada respiratória seguida de parada cardíaca, levando a óbito em minutos (<6% v/v).
Exemplos de gases asfixiantes:
- Nitrogênio – N2
- Dióxido de Carbono – CO2
- Argônio – Ar
Além da presença de gases asfixiante, a deficiência de oxigênio pode ser causada também nas seguintes situações:
- Combustão de substâncias inflamáveis em ambientes com pouca ventilação – (solda oxi-acetilênica, corte oxi-acetilênico, estanhagem entre outros)
- Reações químicas de processos industriais ou naturais – (Oxidação de superfícies, secagens de pinturas).
- Ação de bactérias – (Fermentação de materiais orgânicos em decomposição).
- Respiração humana – ( Trabalho pesado de pessoas por longo período em espaços confinados).
INFLAMÁVEIS: Gases líquidos e inflamáveis são substâncias que misturadas ao ar e recebendo calor apropriado entram em combustão.
Para que ocorra tal processo, são necessárias 3 condições:
- Presença de gás em quantidade suficiente;
- A presença de ar em quantidade suficiente;
- A presença de uma fonte de ignição;
Gases inflamáveis são detectados através do percentual do Limite Inferior de Explosividade, usualmente conhecido pelas siglas %LIE ou %LEL. Cada gás possui o seu próprio LIE, dado pela sua concentração ideal a mistura ar+combustível inflame.
Por exemplo, o gás Metano – CH4, cujo LIE é de 5% v/v, ou seja, num ambiente com 100% de ar atmosférico, basta 5% de Metano para que haja uma explosão. Exemplos de gases inflamáveis e seus respectivos LIE:
GÁS | FÓRMULA | LEL |
---|---|---|
Monóxido de Carbono | CO | 12,5% |
Metano | CH4 | 5,0% |
Pentano | C5H12 | 1,4% |
Estireno | C6H5CHCH2 | 0,9% |
Uma breve história sobre Detecção de Gases
A epopéia humana de suprir produtos e serviços, para um número cada vez maior de pessoas, atendendo a necessidade de energia, saúde, educação, alimentação, lazer etc., nas últimas décadas provocou uma corrida à descoberta de novas tecnologias. Dentre elas a sintetização e polimerização se destacam, possibilitando a produção de grande variedade de produtos, em quantidades que permitam o atendimento das exigências de consumo, com um menor custo ambiental. Para isso houve a ampliação do papel participativo da indústria química e petroquímica, com a descoberta e processamento de grandes volumes de substâncias químicas, como gases e vapores. – Porém, assim como o fogo, o que constrói, se fora de controle, também destrói; e nem sempre foi pacífica a convivência com gases e vapores tóxicos e inflamáveis. A experiência humana está repleta de acontecimentos indesejáveis, provenientes de vazamentos que geraram nuvens tóxicas e/ou explosivas.
É evidente que um vazamento de gás é sempre indesejável, desde o projeto de uma instalação; mas, através do uso x tempo, fatores como fadiga, pressão, vazão, corrosão, vibração, falha operacional etc.,. determinam que, em algum momento, o gás, até então contido, buscará um caminho alternativo, em local inapropriado, para se expandir, podendo causar enormes tragédias, como em:
1974 – Flixborough, Reino Unido: Explosão de uma fábrica de produtos químicos: 23 mortos, 104 feridos;
1978 – Manfredonia, Itália: Vazamento de Amônia de uma fábrica de produtos químicos – 10 mil retirados;
1984 – Bhopal, Índia: Vazamento de pesticida de fábrica. 2500 mortos, milhares de feridos, 200 mil retirados;
1988 – Mar do Norte: Explosão da plataforma Piper Alfa, mais de 100 mortos;
1996 – Osasco, Brasil: Explosão de um Shopping Center, mais de 40 mortos e 200 feridos.
Os custos relacionados ao atendimento e remoção das vítimas, bem como das indenizações, eventualmente inviabilizam a perenidade da empresa. Tais tragédias poderiam ter sido evitadas caso as instalações dispusessem de detectores de vazamentos, capazes de alertar as mínimas variáveis de mistura atmosférica, indicativas da presença de gases e vapores que lá não deveriam estar. Em alguns desses casos a planta era dotada de detectores de gases. – Então; não teriam funcionado?
Os sensores são elementos passivos, que perceberão as nuvens de gases que chegam até eles; então, dizer que um sensor cobre Xm2 é incorrer em erro técnico grave; ou ele está instalado no caminho da nuvem ou ele não a detectará.
Determinando cientificamente quantidade e localização de detectores.
Até poucos anos atrás, a detecção de gases era aplicada de forma empírica, baseada na experiência de operadores, para determinação dos pontos e localização de sensores.
Experiência é experiência; não se deve contestar. Porém anos de experiência não contempla a ocorrência de fato inédito, que se somará à experiência para consideração futura.
Uma equipe multidisciplinar, de análise de risco, resultará em melhor identificação dos prováveis pontos de vazamentos, onde constarão: as válvulas, flanges, pressóstatos, manômetros etc.
Em termos ideais, para garantir que os menores vazamentos sejam percebidos, deverá ser atribuído um sensor para cada ponto de vazamento identificado. Isso torna a instalação segura, mas exige um investimento descomunal. Em contra partida, algumas empresas entregam a proteção de uma instalação valiosa, inteiramente ao fornecedor do equipamento, que, por motivos comerciais, indica, sem qualquer critério, o menor número de sensores, para, simplesmente, apresentar o menor orçamento e “fechar o negócio”. Nesse caso fica a questão: “Quem será responsabilizado, em caso de vazamento não detectado, que cause sérios danos de ordem moral e material?”
Quando se pensa em instalação de iluminação do ambiente, leva-se em consideração inicial o tipo de ocupação. A seguir o número de pessoas que ali estarão trabalhando e as necessidades, em lux, já normalizadas, para execução da tarefa objeto, o pé direito, a cor das paredes, das máquinas e equipamentos. Desse levantamento surge um projeto que indicará a quantidade de lâmpadas, a altura, distribuição e orientação, para que o ambiente esteja adequadamente iluminado com o menor consumo de energia possível, o que se consegue com o numero exato de pontos de iluminação requeridos. Como complemento do projeto dimensionam-se, também, os fios, disjuntores e outros acessórios.
Um sistema de detecção de gases é, em última análise, um circuito elétrico onde, na extremidade, vai um sensor; como no de iluminação vai a lâmpada. É uma instalação digna de merecer um projeto adequado, elaborado por profissional capacitado, que leve em consideração grandezas como: densidade relativa do gás, pressão de vapor, nível de toxidez ou limite inferior de inflamabilidade – L.I.I., ventos predominantes e não predominantes; velocidade dos ventos, obstruções que possam gerar turbilhonamento ou zonas de baixa pressão; equipamentos que interferem, substancialmente, na temperatura das massas de ar, pressão do vazo que contém o gás, probabilidade de rompimento, pressão e volume de gás que escapará etc.
Com a evolução dos computadores, que passaram a ser cada vez mais veloz e com capacidade de armazenar muitos dados, foi possível o surgimento de programas capazes de dividir, virtualmente, um ambiente em maquete eletrônica, em elementos finitos, gerando uma malha de 300 a 500 mil pontos, e em cada pequeno bloco aplicar o cálculo de mecânica dos fluídos. Depois integra todos os resultados, determinando como o deslocamento da massa de ar transporta e dilui a nuvens de gás. – Realizando-se a superposição das hipóteses de vazamentos e respeitando os princípios de limite inflamabilidade ou toxidez e de detectabilidade, determina-se os pontos coincidentes das nuvens, que serão os locais onde serão instalados os detectores, otimizando o posicionamento de cada um, que detectará o maior número de hipóteses de vazamentos, tornando a instalação realmente segura, com o menor investimento realmente necessário.

Os resultados do Estudo de Dispersão podem orientar quais os detectores são mais adequados para cada caso.
Selecionando os detectores
Na hora de selecionar o detector a ser instalado, dê importância aos aspectos que realmente identificam a qualidade do produto, como:
- Estabilidade em zero – Os detectores de gás operam com grandezas elétricas de intensidades muito pequenas; milivolt, ou mile ou micro ou nano ampére. Isso faz com que pequenas variações de tensão, ou induções eletromagnéticas provoquem flutuações de corrente que são enviadas ao controlador, podendo ser interpretadas como presença de gás, provocando alarmes espúrios, com prejuízos de paradas inoportunas.
Um bom detector de gás deve prever que o sinal advindo do eletrodo da célula sensora deve ser prioritário, reconhecendo como inapropriados o aumento de corrente que deles não provenha. Assim mantém uma estabilidade quando inexiste, no ambiente, a presença do gás detectável.
- Tempo de resposta – T90. – É o parâmetro que identifica a velocidade com que o detector percebe o gás e envia o sinal à central de controle. Bons detectores possuem certificado de performance, onde o T90 aparece identificado; peça-o ao fornecedor, pois nem sempre o que está no catálogo é o que o detector faz, e o menor tempo de resposta faz com que as pessoas saiam antes da área contaminada e/ou que medidas de controle sejam acionadas mais rapidamente.
- Repetibilidade – Um detector é calibrado com um gás padrão. Qual a garantia de que ele realizará a leitura corretamente, depois que é colocado em modo normal de operação? – Um bom produto é ensaiado repetidamente, devendo apresentar desvio menor que 5%; o que significa que em cem ensaios 95 apresentarão resultado dentro dos padrões de calibração. Isso também é mencionado no certificado de performance.
Outros aspectos importantes, a serem considerados, depois dos já apresentados:
- Linearidade. – Se ao calibrar-se um sensor com uma mistura de gás que corresponda a 25% de sua escala, e isso promover um aumento de corrente da ordem de 4mA, é de se esperar que a leitura de 50% seja de 8mA, a de 75% seja de 12mA e a de 100% seja de 16mA. Porém isso não acontece naturalmente, exigindo muito investimento em pesquisa tecnológica. Bons detectores possuem índice variável de linearidade média menor que 5%.
- Temperatura de operação. – Pesquise os extremos de temperatura alcançadas, nos ambientes que serão monitorados, e compare com as informações dos produtos.
- Umidade relativa. – É comum a necessidade de se detectar gases em ambiente onde a umidade relativa é alta. Os detectores de boa qualidade a suportam acima de 90%.
- Imunidade eletromagnética. – Detectores de gás são equipamentos eletrônicos que funcionam com baixa energia e, comumente, estão em operação em ambientes onde também trabalham equipamentos elétricos de alta potência, como: motores, inversores, transformadores etc. Para que o detector não apresente leitura e/ou alarme espúrio, proveniente de cargas elétricas induzidas, preciso é que seja dotado de proteção conveniente, em conformidade com as normas nacionais ou internacionais vigentes (EM 50270:1999 e interligadas).
- Para detecção de gases, em ambiente “off shore”, é necessário que o detector tenha invólucro que resista a alta agressividade da salinidade, sempre presente. O aço inoxidável 316 é o material mais recomendável.
- Quando na área, onde for instalado ou usado um sistema de detecção de gases, houver o risco deformação de atmosfera potencialmente explosiva, ou seja, uma área classificada, todo o conjunto ou todas as partes que o comporão devem, obrigatoriamente, ostentar um CERTIFICADO DE CONFORMIDADE, de que foi testado e aprovado para operar em ambiente com o risco de atmosfera potencialmente explosiva, de acordo com a legislação vigente. Tal certificação é compulsória e a comercialização de produtos sem ela constitui-se crime.
Cuidado! Às vezes as propagandas colocam em evidência aspectos acessórios dos detectores, em detrimento dos aspectos primordiais acima descritos, que mascaram a qualidade inferior do elemento sensor, mas essas “perfumarias”, muitas vezes, acabam iludindo os responsáveis pela seleção; por exemplo: podem oferecer protocolo de comunicação especial, de “prática operacionalidade”; facilidade que é útil, apenas, a cada 3, 4 ou 6 meses, por ocasião da revisão ou calibração; nada acrescenta à eficácia de detecção. Enquanto isso a empresa sofre, com o risco das graves conseqüências de vazamento, com um detector de baixa performance. – Os acessórios devem compor o pacote de opções, quando sua aplicação contribui para a melhoria da performance do detector, quando instalado em condições ambientais adversas.
Importante! O objetivo de um projeto de detecção de gases é, efetivamente, proteger a instalação e as pessoas, dos graves riscos de um vazamento, e não dar a falsa idéia de segurança, pelas facilidades que propicia ao pessoal de manutenção. É mais prudente e seguro adaptar a empresa para receber o protocolo requerido por um detector de alta performance, do que optar por um detector inferior, simplesmente porque seu protocolo é compatível com algum já existente, ou porque dá a impressão de simplicidade na hora da manutenção.
Enfim, quem investe em empresas dos seguimentos de química, petroquímica, petróleo, siderurgia, alumínio, alimentação etc. que apresentam o maior risco de gases, e tantos outros, o faz para receber dividendos dos bons lucros do desenvolvimento perene da atividade empresarial; não o faz para receber indenização de seguro. Portanto, se tens alguma responsabilidade para com o patrimônio dos acionistas, que não se limita às instalações de produção, mas são, principalmente, a marcas e seu futuro posicionamento de mercado, com todos promissores dividendos, não é uma decisão inteligente comprar detectores de baixa performance, pelo fato de serem mais baratos, para, simplesmente, fazer economia de alguns milhares de reais. Talvez alguma das empresas, cujos casos foram citados na abertura desta, tiveram essa visão tacanha e terminaram com prejuízos astronômicos; deixando um rastro de vidas perdidas e mutiladas, postos de trabalho perdidos e acionistas com prejuízos.
Sobre a Calibração dos Detectores de Gases
Todo detector de gás carece de uma calibração inicial e periódica. Esse é um procedimento de manutenção, que tem por objetivo restaurar as condições ideais de detecção, do equipamento quando novo. Em geral se faz a calibração em dois pontos da escala de amplitude de leitura, sendo a primeira em zero, que significa estabelecer que a energia elétrica reinante na célula, naquele momento corresponde à inexistência do gás de referência, na atmosfera. O segundo ponto é determinar como referência, para comparação, uma corrente proveniente de uma concentração de gás conhecida, aplicando-se uma mistura de gás padrão calibração, certificada. Quando ocorre um vazamento, a nuvem se apresenta ao detector, provocando uma instabilidade de energia, cujo valor será comparado ao de referência e realizado um rápido cálculo, para informação do valor da concentração da nuvem oriunda do vazamento.
Como as grandezas elétricas presentes nas células são ínfimas, variantes como temperaturas extremas, umidade relativa e pressão podem alterar os valores de calibração, conduzindo a erros de leitura, em caso de vazamento. Além disso, a oxidação e ocorrências de saturação também contribuem para que o detector se “descalibre”. Isso, aliado ao desgaste natural dos eletrodos, determina que detectores devem ser submetidos ao procedimento de calibração, periodicamente, ou sempre que detectar um grande vazamento de gás, ou houver dúvida de seu estado normal de funcionamento, até que não mais aceite esse procedimento e deva ser substituída a célula sensora.
Gás | Unidade |
---|---|
Oxigênio – O2 | 0,42 mA |
Inflamáveis | 70 mA |
CO | 0,07 μA/ppm |
H2S | 1,45 μA/ppm |
Detectores Portáteis
Quando nos referimos a sistemas de detecção, a imagem mais comum que se faz é a de um ambiente grande, onde sensores estão ligados a cabos especiais, que conduzem alimentação e sinais, interligados a um painel controlador, que por sua vez está conectado a uma fonte de energia e alarmes estrategicamente distribuídos. Mas tudo isso pode estar miniaturizado e presente em um invólucro de pequenas dimensões, constituindo-se os tão conhecidos e usados equipamentos portáteis, que devem obedecer aos mais rigorosos critérios e normas de fabricação e uso, pois sua característica de fácil portabilidade torna-o mais vulnerável às alterações ambientais, a acidentes, a exposição a campos eletromagnéticos etc. Além disso, os portáteis são utilizados para liberação de trabalho, em ambientes com risco potencial.
É com base em sua leitura que se autoriza a entrada em espaços confinados, solda em áreas classificadas etc. – É Sabido que muitos usuários firmam Permissões de Trabalho (PT’s), com base em informações erradas, de equipamento descalibrado; ou imprópria, por não as interpretar corretamente.
Erros interpretativos mais comuns em Detecção de Gases
Os detectores de gás, como o nome diz, se destinam a detectar e apresentar a presença de gases na atmosfera; não são analisadores. Isso significa que um detector de gás não identifica que gás está contaminando o ambiente. São dotados de sensores dedicados a cada tipo ou família de gás, e essa incompreensão tem levado a erros de graves conseqüências, principalmente entre usuários de detectores portáteis. Em primeiro lugar é necessário, de forma preventiva, conhecer todos os contaminantes, que poderão estar presentes no ambiente; suas características (se tóxico, inflamável, asfixiante; sua densidade, Limite Inferior de Inflamabilidade – L.I.I., ponto de fulgor, temperatura de auto-ignição etc), e riscos; seja pela consulta literária e/ou análise laboratorial.
Tem-se que saber em qual grandeza o detector trabalha, para cada gás. Comumente são utilizadas: percentagem de volume (v/v), para teor de oxigênio; percentagem do Limite Inferior de Inflamabilidade (L.I.I.), para gases inflamáveis, também conhecido como Limite Inferior de Explosividade (L.I.E.) ou L.E.L. da expressão em inglês Low Explosure Limit. – Por sua vez, os gases tóxicos são detectados em partes por milhão – ppm, ou partes por bilhão – ppb. – Um porcento em v/v corresponde a dez mil ppm, o que é muita quantidade, na atmosfera, de qualquer gás tóxico, sem que o teor de O2 seja considerado deficiente para a presença humana. Isso deixa implícito que um detector de oxigênio é totalmente ineficaz em atmosferas sujeitas a baixas concentrações de gases tóxicos, mas é eficiente para a segurança em locais sujeitos à contaminação de gases simplesmente asfixiantes; e o erro mais comum, entre usuários de detectores portáteis é tentar proteger alguém em local confinado sujeito a gás tóxico, com detector de O2, mais conhecidos como oxímetro.
Entre esses usos inadequados um dos mais corriqueiros é o uso do oxímetro em limpeza de caixas d’água, com o risco de desprendimento de gás cloro (CL2). A concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde, do CL2, é 20 ppm = 0,002% v/v, enquanto a menor variação de um oxímetro digital é 0,1% v/v, que corresponde a 1000 ppm; o que nos conduz a ilação de que todos os presentes em um ambiente com tal concentração morrem, apesar do nível de oxigênio estar totalmente normal. Esse raciocínio deve ser levado em conta sempre, quando não tivermos um detector, dedicado ao gás que temos no ambiente, e precisamos submeter pessoas a ele. A única segurança se dará com o uso de roupa especial e respirador com adução de ar. Outro erro comum se dá no uso de detectores portáteis para gases inflamáveis, conhecidos como explosímetros. E não é apenas um, mas são vários os erros, que podem ocorrer separadamente ou em conjunto, sendo os mais comuns:
Usar o explosímetro como medidor de volume
Um detector de explosividade tem sua escala variando de 0 a 100% do L.I.I., com calibração em um determinado gás inflamável, mais comumente o metano (CH4), que tem seu L.I.I. igual a 5% v/v. Então quando um equipamento desses mostra, no visor, 50%, significa que há, na atmosfera, 2,5% de CH4 v/v. A prática de aproximar o detector da fonte de contaminação, para “ver o quanto tem de gás” é inadequada, pois ao chegar ao 100% significa que só falta a centelha, para que a atmosfera entre em ignição e ocorra uma explosão, enquanto que 100% v/v de inflamável significa 0% de O2, condição impossível de haver explosão, mas asfixiante. Numa condição dessas o detector, geralmente, perde a calibração, e pode ocorrer, também, a queima instantânea do sensor, como se queima uma lâmpada incandescente.

Não perceber a indicação de falso zero
Na detecção de gases, esse é um erro mais comum no uso de detector de explosividade com mostrador analógico, mas os digitais não estão livres dele. – Um sensor catalítico, para gases inflamáveis, é composto por uma câmara, que no interior possui uma resistência aquecida, entre 450oC a 500oC, recoberta por um elemento catalisador. Quando gases ou vapores inflamáveis adentram essa câmara, passando pela janela sinterizada, é processada a queima, que causa um desequilíbrio elétrico num sistema denominado Ponte de Wheatstone, que é medido e analisado pelo programa do detector e apresentado no visor. Isso significa que para um sensor de inflamáveis poder cumprir sua função é necessário que haja, na mistura, que na câmara penetra, ao menos 10% v/v de O2; caso contrário o sensor não realiza a queima, dando como ausência de inflamável. Isso ocorre, comumente em vasos que contiveram inflamáveis, sofreram processo de limpeza, normalmente a vapor, e aguardam o início dos reparos; geralmente solda. Quando do início dos trabalhos um técnico realiza a medição, o instrumento indica zero e é autorizado o trabalho. A atividade promove a oxigenação do ambiente e quando da aplicação do calor, ocorre a explosão. – Para evitar essa ocorrência, tão comum, é indicado que se use um instrumento que detecte, simultaneamente, inflamáveis e oxigênio. Se o sensor de inflamáveis indica zero e o de O2 baixo nível, é preciso ventilar o local para, novamente, realizar a medição. Alguns instrumentos criam uma dependência entre os sensores e quando há menos que 10% v/v de O2 ele exibe, na tela, a mensagem: “Baixo O2 – leitura de inflamável incorreta”.
Usar o detector de inflamáveis para medir um gás
Utilizar um detector de gás inflamável diferente do gás com que foi calibrado, sem realizar o cálculo de correlação, para interpretar o valor informado no visor. – Cada inflamável possui um L.I.I. Então, quando se calibra um instrumento com um determinado gás, a leitura, no visor, é direta para aquele gás. Ao se efetuar uma medição, de outro gás, deve-se ter a informação do L.I.I. dele e após a leitura efetuar o cálculo, para corrigir o valor. Por exemplo: a maioria dos detectores é calibrada com gás Metano – CH4, que tem o L.I.I. = 5% v/v. Se for preciso medir n-Hexano, que tem L.I.I. = 1,2% v/v, é preciso dividir 5 por 1,2 e multiplicar pelo valor que o detector apresenta no visor. Então se a leitura for 10% o valor corrigido será 41,6% do L.I.I. do n-Hexano; situação de maior perigo do que a demonstrada no visor. Se o visor apresentar a leitura de 25%, o valor corrigido será 104,1; indicando que a concentração encontra-se superior ao L.I.I. do n-Hexano, dentro da faixa de explosividade, faltando, apenas, uma pequena fonte de calor, para que ocorra uma explosão. – Distribuidores responsáveis costumam entregar, junto com os aparelhos vendidos, tabelas das curvas de correlação. Alguns equipamentos, de moderna geração, trazem, em seu programa, a possibilidade de selecionar alguns inflamáveis mais comuns, para leitura direta.

Desconhecimento da possibilidade de interferência cruzada dos sensores
O desconhecimento do fato de que um sensor dedicado a um gás pode dar indicação de outro gás, leva profissionais a terem surpresas desagradáveis e até mesmo à tomada de decisões enganosas. O exemplo mais comum é entre o monóxido de carbono (CO) e o hidrogênio (H2), que têm o mesmo princípio eletroquímico; também o álcool etílico sensibiliza um sensor de CO. Então quando um detector de CO estiver em ambiente com esses outros dará indicação e até mesmo provocará alarme, mas os valores de leitura são incorretos. – Os fabricantes de sensores e detectores devem informar as interferências mais comuns de seus produtos.
Enfim, detecção de gás é uma ciência, que merece ser conduzida com a plena aplicação do conceito da palavra prevenção (antecipar a ação; agir antes). Não economize: pesquisa, entendimento, dinheiro, tecnologia, diálogo, análise e argumentação, pois não é sempre que um vazamento de gás lhes concederá uma nova chance. Lembrem-se dos casos citados no começo deste artigo!
Com mais de 15 anos de experiência no ramo, a LEL Ambiental possui um portfólio abrangente de equipamentos para detecção de gases. Trabalhamo com detectores Monogás, Multigás de 1 a 6 gases, gases tóxicos, inflamáveis, exóticos, e muito mais. Todos os nossos produtos possuem garantia, acompanham Certificado de Calibração, Certificação INMETRO, e diversos Certificados Internacionais. Confira:
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Comments (50)
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Olá Marcos,
Obrigado pelo comentário. Enviamos um email em resposta à sua solicitação.
Volte sempre ;D
Excelente matéria.
Sou técnico de segurança do trabalho. Trabalhei na indústria Petroquímica no Polo Petroquímica de Camacari por 33 anos. Sou aposentado. Fiz uso dos equipamentos mencionados na matéria. Muito interessante os cuidados e atenção ao erros de leituras e interpretação. Que que nas décadas de 80 e 90 existissem informações tão valiosos de fácil compreensão. Nessa era difícil ou não existia a Internet eu tive que quebra a cabeça com inglês de nível médio para me inteirar dessas informações técnicas oriundas dos USA. Mais um vez parabéns matéria
Olá Antônio, muito obrigado pelo seu comentário! É inspirador ouvir sobre a sua experiência de na indústria petroquímica e o seu empenho em adquirir conhecimento técnico, mesmo em uma época em que a informação não estava tão acessível como hoje. Ficamos contentes em saber que a matéria foi útil para você e que tenha encontrado informações valiosas de forma mais acessível. Sua jornada e sua contribuição para a segurança do trabalho são admiráveis. Parabéns por uma carreira tão significativa!
gostaria de saber o preço desse medidor de gaz, e qual a disponibilidade de entrega para um aparelho, e se o mesmo pode ser utilizado em espaços confinados (poço de moegas, poço de elevadores de cereais.)
Obrigado pelo comentário. Enviamos um e-mail respondendo à sua solicitação.
O artigo foi muito bem elaborado e elucidativo, parabéns aos autores. Nélio Silva
Obrigado! Ficamos felizes pelo feedback. Não deixe de nos visitar ;D
Muito bom artigo gostaria de um esclarecimento
Existe altura ideal para instalação do detector de gas H2s?, posso instalar 2 detectores juntos tipo H2s e CH4 a +/- 30cm um do outro?
Carvalho, obrigado pela pergunta.
Sobre o correto ponto de instalação, é preciso levar em conta o potencial da fonte de vazamento, corrente de ar/ventilação e a densidade do gás a ser monitorado. No caso do H2S, a tendencia é que se concentre na região mais próxima ao chão, visto que é mais denso do que o Ar. Já o CH4 terá um comportamento diferente, visto que é menos denso. Alem disso, observe também se o local de instalação é uma “Área Classificada”, pois nesse caso, há de se considerar também a correta certificação do equipamento. Não esqueça de testar e calibrar o seu detector regularmente, garantindo o correto funcionamento.
Querendo entender:
Como é calculado o LIE em percentual ? é sobre a composição do ar atmosferico?
Sim, sobre a composição do ar atmosférico. (20.9% O2; 78% de N2; 1,1 de outros compostos).
O LIE é uma característica de cada composto. Ex. CH4 metano 5% ; Propano 1,8% ; Pentano C5H12.
Não deixe de nos visitar, e caso tenha outras dúvidas, estamos à disposição! ;)
Muito bom material
Muito obrigado pelo feedback, José! Continue nos visitando ;)
Gostaria se receber mais informações referente a detecção de gases
Olá Cleiton, tudo bem?
Incluímos o seu endereço de e-mail no nosso sistema de newsletter para que você receba todas as novidades sobre detecção de gases. ;D
Prezados Senhores, parabéns pelos conteúdos publicados!!
Aproveito para fazer uma pergunta: eu posso instalar um medidor de gás na saída de um bocal no teto de um tanque que armazene gasolina ou etanol?
Olá Oscar, tudo bem?
Agradecemos o contato. Para responder sua dúvida, precisaremos de mais informações. Estamos à disposição através do telefone (11) 3530-2850, ou caso prefira, você poderá enviar mais informações sobre o local de monitoramento no e-mail [email protected]. Será um prazer lhe auxilar com essa questão.
Muito claro e direto. Me ajudou bastante com relação a explosividade!
Olá João,
Muito obrigado pelo feedback! ;D
Continue retornando ao nosso site, teremos mais novidades ?
bom dia!
em procedimento de limpeza cisterna de água potavel, tem a obrigatoriedade de fazer a detecção de gases poluentes?
Olá Wellington, obrigado pela pergunta.
Sim, é obrigatória a detecção de gases antes de entrar em um espaço confinado, como uma cisterna de água potável. Além disso, a NR33 exige que o detector de gases seja testado antes de cada uso, o que inclui o teste de resposta. Portanto, antes de iniciar o procedimento de limpeza da cisterna, é importante realizar o teste de resposta do detector de gases para garantir que ele está funcionando corretamente.
Excelente material! Existe alguma legislação, nacional ou internacional, que fale sobre procedimento para inibição de detectores (sensores) fixos?
Olá Emanuel. Obrigado pelo feedback. ;D
Quanto à sua pergunta, existem normas que abordam o assunto de forma geral, mas não especificamente sobre a inibição de detectores fixos. A NR 33, por exemplo, estabelece que a inibição dos detectores só pode ser realizada por profissionais capacitados e autorizados. Já a norma internacional NFPA 72, que trata de sistemas de detecção e alarme de incêndio, estabelece diretrizes para a inibição temporária de detectores, mas não para a inibição permanente. É importante lembrar que a inibição de detectores fixos deve ser evitada ao máximo, pois pode colocar em risco a segurança dos trabalhadores e das instalações.
O melhor artigo sobre esse tema, parabéns!!!
Uma dúvida, o que significa a sigla v/v ?
Olá Emerson, que bom que gostou do artigo. :D
v/v = percentagem volume-volume (% v/v).
Detectores de gases infravermelho é aprovado nas normas ?
Olá Sergio, obrigado pela ótima pergunta!
Sim, os detectores de gases infravermelho são aprovados em diversas normas técnicas nacionais e internacionais, como por exemplo a norma brasileira ABNT NBR 15292, que trata de sistemas de detecção e alarme de gases tóxicos e inflamáveis em áreas industriais e comerciais. Além disso, esses equipamentos também são reconhecidos por órgãos reguladores internacionais, como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e a Comissão Europeia.
Prezado,
Vi seu e-mail em uma de suas postagens sobre avaliação de gases em espaço confinado. E gostaria de te fazer uma pergunta.
Tenho um espaço confinado na planta industrial, sendo um tanque de armazenamento de diesel, verificamos a atmosfera com o nosso medidor de gases, o equipamento alarmou e confirmamos um nível de explosividade no interior do ambiente. Sei também que o nosso equipamento mede é aquele padrão multigás: Oxigênio, H2S, CO, CH4.
Minha dúvida é a seguinte:
Qual seria os tipos de gases que nós podemos encontrar em um tanque de diesel?
E eu consigo comprar um detector que venha com sensores para análise desses gases?
Aguardo seu retorno.
Atenciosamente.
Olá Wellinson, obrigado pela pergunta.
Em um tanque de armazenamento de diesel, os gases mais comuns que podem ser encontrados são vapor de diesel e oxigênio. Entretanto, é importante lembrar que a composição da atmosfera pode variar de acordo com a operação e condições do tanque.
Quanto aos detectores de gases, existem equipamentos específicos que podem ser utilizados para a análise desses gases. É possível encontrar detectores de gases com sensor de vapor de diesel e oxigênio, além dos gases padrão medidos pelo seu equipamento multigás. É importante avaliar as especificações dos equipamentos disponíveis no mercado e escolher um que atenda às necessidades do seu ambiente.
Espero ter ajudado. Em caso de dúvidas, estamos sempre à disposição. ;D
Depois que o equipamento estiver calibrado e pronto para ser usado,qual é o tempo necessário pra que o equipamento possa detectar algum tipo de gás?
Olá Diego.
O tempo necessário para que um equipamento de detecção de gás detecte a presença de um determinado gás pode variar de acordo com o tipo de equipamento e o tipo de gás que está sendo detectado. Alguns equipamentos podem detectar gases quase instantaneamente, enquanto outros podem levar alguns segundos para detectar um gás específico.
No entanto, é importante lembrar que o tempo de resposta do equipamento não deve ser o único fator considerado para avaliar a segurança em uma determinada situação. Outros fatores, como a concentração do gás, o tempo de exposição e a ventilação do ambiente também devem ser levados em conta. Portanto, é essencial seguir as orientações do fabricante do equipamento e as normas de segurança aplicáveis para garantir a detecção precoce e eficaz de gases potencialmente perigosos.
Na calibração de explosímetros ou detectores de gases, é necessário levar em consideração a pressão atmosférica local e a diferença de temperatura de calibração em relação à certificação do gás de referência? Obrigado.
Olá Nidia, obrigado pela pergunta.
Sim, é importante considerar a pressão atmosférica local durante a calibração dos detectores de gases, pois a pressão pode afetar a leitura do instrumento. Alguns modelos de detectores possuem compensação de pressão automática, mas é importante verificar as especificações do fabricante para saber se é necessário realizar algum ajuste manual.
Além disso, a diferença de temperatura de calibração em relação à temperatura de certificação do gás de referência também pode afetar a calibração do detector de gases. É importante seguir as instruções do fabricante quanto à temperatura de calibração e armazenamento do gás de referência, a fim de obter uma calibração precisa e confiável do instrumento.
Leonardo.. estou precisando fazer uma medição portátil de %LFL… não consigo calcular o teórico pois é um solvente não inflamável (ponto fulgor 100oC) e não tenho o LFL do solvente. É possível estimar o valor de outra forma antes de medir no processo de secagem?
Obrigado
Olá Rodrigo, obrigado pela pergunta.
Se o solvente não é inflamável e possui ponto de fulgor acima de 100°C, é possível que seu LFL seja muito baixo ou até mesmo zero. Nesse caso, não é possível estimar um valor para o LFL do solvente sem realizar testes específicos.
No entanto, se você já conhece a concentração do solvente no ar e a pressão atmosférica, é possível utilizar a equação de Le Chatelier para estimar o LFL. Mas essa estimativa só seria válida se o solvente apresentasse propriedades similares a outros solventes cujos valores de LFL já são conhecidos.
De qualquer forma, o mais indicado é entrar em contato com o fabricante do solvente ou com um laboratório especializado para obter informações mais precisas sobre seu LFL.
Muito bom o artigo, mas surgiu uma dúvida. Fora de ambientes confinados, em locais com ventilação natural, a que distância(s) da fonte se deve realizar a(s) medição(ões) de explosividade? Imagino que uma medição na fonte seria viciada, sempre resultando em 100% v/v de gás explosivo ou próximo disso. Essa distância é definida em norma?
Olá Gabriel, obrigado pela pergunta!
Em ambientes abertos com ventilação natural, a medição de explosividade deve ser realizada em um ponto representativo da concentração de gás no ar ambiente. A distância desse ponto em relação à fonte de gás depende da dispersão do gás na atmosfera, que é influenciada por fatores como a direção e a velocidade do vento, temperatura e pressão atmosférica.
Não há uma distância padrão definida em norma para a realização de medições de explosividade em locais abertos, já que cada caso deve ser avaliado individualmente e levando em consideração as condições do ambiente. No entanto, é importante escolher um ponto representativo e seguro para realizar a medição, evitando áreas com concentrações extremamente altas ou baixas de gás.
Muito bom o artigo, parabéns.
Sou technico na filial Suíça em uma empresa lider mundial em detecção de gases se percisarem da minha ajuda ou colaboração estou a disposição.
Obrigado pelo seu comentário e oferta de colaboração! Agradecemos o seu interesse em contribuir com o nosso trabalho. Se tivermos alguma necessidade futura de ajuda ou colaboração, entraremos em contato com você. Obrigado mais uma vez!
Parabens pelo Artigo ! É de excelente qualidade. Poderia me informar a fonte bibliografica que afirma que a formula do fator de correlação dos gases como no exemplo citado.
Onde 5% de metano foi dividido por 1,2% de hexano e gerou o fator a ser multiplicado pelo valor de LEL no visor do equipamento.
Grato;
Olá Thiago! Agradeço pelo elogio e pela pergunta.
A fórmula do fator de correlação dos gases mencionada no exemplo é baseada em estudos e experimentos realizados por instituições e empresas especializadas em segurança e monitoramento de gases, mas não há uma fonte bibliográfica específica para citar.
Entretanto, a utilização de fatores de correlação de gases é comum e amplamente reconhecida na indústria, sendo aplicada em diversos equipamentos de detecção de gases.
Espero ter ajudado!
Ola!
Como determinar o criterio de aceitação do detector de gas conforme o certificado de calibração!
H2S, CO, O, CH2?
Olá Carlos, obrigado pela pergunta.
Para determinar o critério de aceitação do detector de gás, é necessário consultar o certificado de calibração fornecido pelo fabricante, que deve apresentar as especificações do equipamento para cada gás detectado (H2S, CO, O2, CH4, etc.). Essas especificações incluem limites de detecção, precisão, sensibilidade e outras características que devem ser atendidas pelo detector de gás para ser considerado aceitável. Além disso, é importante verificar se o certificado de calibração atende às normas e regulamentações aplicáveis, como a NR33.
Olá gostaria de saber se é usual calibrar equipamentos de detecção para GLP. Efetuamos o teste mensalmente.
Olá Claudia, obrigado pela ótima pergunta!
Sim, é importante calibrar os equipamentos de detecção de GLP regularmente para garantir a precisão das medições e a segurança dos trabalhadores. Além disso, o teste de resposta deve ser realizado antes de cada utilização, para garantir que o equipamento esteja funcionando corretamente e possa detectar eventuais vazamentos de GLP. A frequência da calibração pode variar de acordo com o tipo de equipamento, a sua utilização e a recomendação do fabricante. É fundamental seguir as orientações do fabricante em relação à calibração e manutenção dos equipamentos de detecção de GLP, para assegurar que estejam funcionando corretamente e atendendo às normas de segurança.
Olá, tenho um projeto onde serão instalados grupos geradores à diesel em galpões de grandes dimensões, pretendo instalar utilizando oxicatalisadores afim de suprimir a instalação de dutos para os escapamentos devido aos fatores de risco da instalação. A questão é, utilizando este tipo de equipamento exisyte o risco de saturação de gases com potencial de risco à saúde?
Olá, Amilton. Obrigado pela pergunta.
O uso de oxicatalisadores pode reduzir a emissão de gases poluentes em instalações com grupos geradores a diesel. No entanto, mesmo com os equipamentos, ainda pode haver a emissão de gases com potencial risco à saúde. Por isso, é importante seguir as orientações do fabricante e monitorar constantemente a qualidade do ar nos galpões.
Leonardo, bom dia!
Agora falando sobre Detectores de Gazes “Carboxímetros” qual seria um critério de aceitação Ideal para os seguintes gazes: CH4, O2, H2S e CO?
Olá Diego, obrigado pela ótima pergunta!
Vamos lá! Em relação aos critérios de aceitação ideais para detectores de gases, cada gás possui suas especificidades e limites de exposição segura, portanto, é importante verificar as recomendações do fabricante e as normas regulamentadoras que se aplicam à sua atividade.
Para o metano (CH4), o ideal é que o detector possua uma escala de medição entre 0-100% LEL (Limite de Explosividade), que é o limite máximo de concentração do gás na mistura ar-gás em que a explosão é possível. Já para o oxigênio (O2), o critério de aceitação ideal é que o detector tenha uma escala de medição entre 0-25% vol (volume), já que a falta de oxigênio em um ambiente pode ser extremamente perigosa para a saúde dos trabalhadores.
Para o gás sulfídrico (H2S), o detector deve ter uma escala de medição entre 0-100 ppm (partes por milhão), sendo que a concentração permitida varia de acordo com o tempo de exposição. Por fim, para o monóxido de carbono (CO), o detector deve ter uma escala de medição entre 0-500 ppm, pois este é um gás extremamente tóxico e sua exposição deve ser evitada a todo custo.
É importante ressaltar que esses são apenas critérios gerais e que a escolha do detector de gases adequado para cada situação deve levar em consideração diversos fatores, como o tipo de ambiente, a atividade realizada, o tempo de exposição permitido e outros fatores específicos de cada gás. Recomenda-se sempre consultar as normas regulamentadoras e as orientações do fabricante antes de escolher um detector de gases.
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